31 março 2007

Felinus Indisponível


Aviso à navegação:

Se desde 6ª feira à tarde que tentam aceder ao Felinus sem sucesso, temos más notícias: vão ficar a chuchar no dedo mais uns dias...

Aqui fica a explicação:

"Por razões inimputáveis e incontornáveis pela administração do Felinus e Cia., o acesso ao site não é de momento possível a alguns ISP e a situação só pode ser resolvida pela empresa que administra os servidores onde o Felinus se encontra alojado, o que poderá levar alguns dias. A Equipa Felinus lamenta o sucedido e conta com a paciência e compreensão dos felinusdependentes".

Mas não se preocupem, pois regressaremos logo ;)

01 março 2007

12 anos

Hoje fiz 12 anos de namoro.

Quem conhece o meu companheiro, sabe que passo metade da minha vida à espera dele. Para jantar, para irmos ter com amigos, para que se levante da cama ao fim de semana, enfim... o que importa é que gosto dele, apesar de todas as horas de espera.

Assim, marco este dia especial com mais um dos "poemitas" que encontrei na malinha, e que vem mesmo a propósito :)


"A espera"

Sento-me na mesinha redonda do restaurante italiano
e espero pacientemente
Os quadradinhos azuis da toalha
provocam tonturas às flores ao centro

Embalo-me na música que toca ao fundo
e espero ansiosamente
Imagino o que trarás vestido
E peço uma garrafa de tinto para me fazer companhia

Perco-me na chama quase extinta da vela bordeaux
E desespero na minha espera
Levanto-me e saio de mansinho
Para não acordar as flores adormecidas
.
2003(?)



(Túlipas do jardim da minha sogra, tirada provavelmente em 2000)

24 fevereiro 2007

Perder a timidez


As mudanças já foram feitas há alguns meses, mas as arrumações, essas, parecem sempre não ter fim...

Ao arrumar umas malas, encontrei no interior de uma algumas folhas escrevinhadas. Uns "poemas", se é que lhes posso chamar isso. Uns "escritos" será talvez mais adequado.

Não rimam, nem seguem qualquer regra de composição métrica ou poética. Têm mais valor para mim do que alguma vez terão para quem os ler e não sei ao certo quando foram escritos, talvez 2002 ou 2003, durante as viagens de comboio para Lisboa. Até hoje nunca os mostrei a ninguém. Hoje resolvi deixar cair a timidez... (sim, estou a fazer graçola com o título) :)

Aqui vai:

"Timidamente"

Sento-me no comboio
No lugar vazio à tua frente
Timidamente
Observo o teu reflexo no vidro

Finges não me ver
E os teus olhos permanecem longe
Perto
Da linha do horizonte

O comboio estremece
Os motores aquecem
Eu estremeço
E o meu coração aquece

Timidamente
Transporto o meu olhar
Do reflexo no vidro
Para os teus olhos

O comboio parte
E os teus olhos permanecem com o horizonte
Voam sobre as árvores
Contornam as casas e flutuam sobre os vales
Nadam sobre o rio

Sinto ciúmes do vidro
Só tens olhos para ele
Timidamente
Movo-me no banco
E espero uma reacção
Nada
O vidro continua a possuir-te

Paramos
Cedo à derrota e levanto-me para me apear
Na gare não resisto
Timidamente
Olho pelo vidro
Os teus olhos seguem-me
E ofereces-me um sorriso

(2003?)

(Garfield e o reflexo, Dez 2006)